(Christiane
Angelotti adaptação da obra de Madame Leprince de Beaumont)
Era uma vez um jovem príncipe que vivia no
seu lindo castelo. Apesar de toda a sua riqueza ele era muito egoísta e não
tinha amigos.
Numa noite chuvosa recebeu a visita de uma
velhinha que lhe pediu abrigo só por aquela noite.
Com um enorme mal humor ele se recusou a
ajudar a velhinha. Porém, o que ele não sabia é que aquela velhinha era uma
bruxa disfarçada, que já ouvira diversas histórias sobre o egoísmo daquele
jovem príncipe. Indignada com a sua atitude, ela lançou sobre ele um feitiço
que o transformara numa fera horrível. Todos os seu criados haviam se
transformado em objetos. O encanto só poderia ser desfeito se ele recebesse um
beijo de amor.
Enquanto isso, numa vila distante dali, vivia
um comerciante com sua filha chamada Bela. Eles eram pobres, mas muito felizes.
Bela adorava livros, histórias, vivia a
contá-las para as crianças da vila. Seu pai, Maurício, era comerciante e
viajava muito comparando e vendendo seus produtos diversos.
Um dia voltando de uma longa viajem, Maurício
foi pego de surpresa por uma forte tempestade, passou em frente a um castelo
que parecia abandonado e resolveu pedir acolhida. Bateu à porta, mas ninguém o
atendeu. Como a porta do castelo estava aberta resolveu entrar se proteger da
chuva. Acendeu a lareira e encontrou uma garrafa de vinho sobre a mesma. Após
bebê-la acabou adormecendo. No dia seguinte uma Fera furiosa apareceu diante
dele. Quis castigá-lo por invadir o seu castelo e assim, o fez prisioneiro.
A Fera decretou ao velho comerciante que este
morreria por tal invasão. Aterrorizado, o pobre homem suplicou:
__ Deixa que me despeça da minha filha.
A Fera concedeu-lhe o pedido. De volta a sua
casa, contou o ocorrido a sua filha. Sem medo, ela decidiu voltar ao palácio
com o pai.
Uma vez no palácio da Fera, Bela tomou
coragem e fez uma proposta:
- Deixa meu pai ir embora. Eu ficarei no
lugar dele.
A Fera concordou, e o pobre comerciante foi
embora desolado.
A jovem permaneceu com a Fera no castelo, mas
não era mantida na prisão, podia ficar em um quarto ou na biblioteca, local que
muito a agradava.
Bela tinha medo de morrer, mas percebia que a
Fera a tratava bem a cada dia que passava.
Com o
passar do tempo o monstro e a Bela foram ficando mais amigos. Ele se encantava
com a forma que a moça via o mundo, as pessoas a natureza. Sentia que ela o via
de uma forma diferente, além da sua aparência.
A Fera
enfim havia se apaixonado, de verdade. Numa noite, ao jantarem, pediu-a em
casamento. Bela não aceitou, mas ofereceu sua amizade.
Apesar
da tristeza, a Fera, aceitou o desejo da Bela.
Bela,
por sua vez, passava dias muito agradáveis no castelo, sentia-se bem lá, porém
com muitas saudades do seu pobre pai.
Certo dia,
Bela pediu permissão à Fera para visitar o seu pai.
-
Voltarei logo - prometeu.
A Fera,
que nada lhe podia negar, a deixou partir. Bela passou muitos dias cuidando de
seu pai, que estava doente, tinha envelhecido de tristeza pensando que tinha
perdido a filha para sempre.
Quando
Bela retornou ao palácio, encontrou a Fera no chão meio morta de saudade por
sua ausência. Então Bela soube o quanto era amada.
Bela se
desesperou, também sentia um algo forte pela Fera. Amizade, amor
compaixão.
- Não morras,
caso-me contigo - disse-lhe chorando.
Comovida,
a Bela beijou a Fera... e nesse momento o monstro transformou-se num belo
príncipe. Enfim, o encanto havia se desfeito. A Fera encontrou alguém que o
amava de verdade, além da sua aparência grotesca.
Afinal,
a verdadeira beleza está no coração.
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